A Ecopista do antiga linha do comboio do Ramal de Mora: Évora é um caminho de terra batida que liga Évora a Arraiolos com cerca de 20 km. O percurso não está completo, i.e., não vai até Mora e acaba pouco depois do desvio para Arraiolos.
À volta de Évora há percursos belíssimos para se viajar de bicicleta. O comboio Inter-Cidades entre Lisboa e Évora já transporta bicicletas basta marcar o bilhete assinalando que se pretende levar a bicicleta (é gratuito o transporte, mas há limite de número de bicicletas transportadas). Esta possibilidade de intermodalidade possibilita uma viagem pelo Alentejo em completa autonomia face ao automóvel (nomeadamente para jovens que não tenham nem carta nem automóvel).
O Alentejo no Inverno e na Primavera é um território ímpar para passear com campos cobertos de flores. Em geral a imagem que temos do Alentejo é a que guardamos do Verão, do calor e das paisagens cor de palha. O Alentejo varia muito o seu colorido ao longo do ano e vale a pena conhecer todas as suas matizes.
A Câmara Municipal de Évora paga anualmente à CP o montante de 6 964,43 Euros de renda para manter a Ecopista – paradoxal porque dá uso a um percurso que de outro modo já teria desaparecido, “comido” pela vegetação.
Esta é a Rede de comboios existente nos anos 40. Comparando com a atual, a partir de Évora todo o ramal está desativado, em muitos casos já não tem linha, os edifícios das estações, maior parte, ao abandono. Há aqui um desaproveitamento nítido de recursos que viabilizariam o desenvolvimento do cicloturismo e daria novas possibilidades de ligação entre vilas próximas de Évora.
Todas estas vias abandonadas poderiam ser recuperadas com mínimo de custo, bastaria para o efeito utilizar o desperdício das muitas explorações de mármore existentes (tuvenan). Ficaríamos com a ligação ciclável entre Évora e Reguengos de Monsaraz , um dos percursos mais bonitos da região.
A viagem de bicicleta é ideal para a vida dos lugares mais pequenos porque a viagem em si, o calcorrear do território, é mais importante que só os lugares de partida e de chegada. Usualmente, quando nos deslocamos de automóvel, maior parte das vezes, no percurso de viagem o que mais interessa é chegar e, nomeadamente se formos por auto-estrada, tudo o que fica pelo meio é obliterado. Do ponto de vista económico as vilas e lugares do interior são quem mais ganha com o turismo ligado à viagem de bicicleta. Fazendo em média 50Km por dia, um cicloturista num trajeto de 200km múltipla por 4 a despesa em dormida e em alimentação. Toda esta despesa é realizada ao longo de vilas que ficam ao longo dos percursos. Para não falar dos ganhos ligados com o aumento do exercício físico por parte dos próprios cicloturistas. Motivar a população nacional a realizar este tipo de turismo acarreta outro tipo de ganhos indiretos ligados com a saúde e o ambiente.
Talvez este seja um dos motivos que explica o sucesso deste tipo de turismo em França e na Alemanha. Évora, enquanto chamariz de turismo pelo facto de ser cidade Património Mundial da UNESCO poderia, ao nível do desenvolvimento deste sector do turismo, ajudar ao desenvolvimento sustentado de todo o distrito uma vez que tem, por um lado, toda esta rede abandonada e, por outro, tem também uma rede de estradas, parte delas sem transito, que poderiam fazer parte da rede de vias verdes nacional – rede VVN. Évora tem ainda a vantagem de ter ligação ferroviária a Lisboa com comboios Inter-Cidades que já transportam bicicletas.
As estações abandonadas, um clássico por esse país fora