DE MONÇÃO A VALENÇA

A Ecopista do Rio Minho é uma via ciclável e pedonal que aproveita o antigo ramal ferroviário de Monção, desativado em 1989. Este percurso estende-se por aproximadamente 47 km, ligando as vilas de Monção a “quase” Caminha (o percurso acaba a cerca de 5 km da vila), passando por Valença e Vila Nova da Cerveira, ao longo da margem esquerda do rio Minho.
Até Valença são cerca de 20 km, por uma pista de luxo, bem cuidada e sempre à beira do rio Minho. As terras de cultivo vão variando com as latadas a pautarem a proximidade de lugares habitados. Os antigos apeadeiros lembram a existência da ferrovia apesar de abandonados. A ecopista nada tem a ver com o passadiço que se avista do miradouro do centro da vilas de Monção, começa fora da vila, na saída para Valença

Monção

Monção – centro da vila com vista para terras da Galiza
Estas portas são um incómodo quando viajamos com alforges
A qualidade da pista lembra a da ecopista do Dão.
Antigo apeadeiro de Friestas ao abandono

Valença do Minho

A aproximação a Valença traz consigo a imponência da Fortaleza, onde a história e a vista sobre Tuí marcam o fim desta primeira etapa do percurso, num dos cenários mais bonitos da região. Em Valença passa também o Camino de Santiago, cuja sinalética é fácil encontrar junto à ponte de ligação a Tuí. Contrariamente a Espanha, a sinalética é algo que em Portugal é despiciendo, raramente temos percursos de cicloturismo, para quem faz viagens independentes, sinalizados ou sequer marcados.

A fortaleza – junho de 2024
A fortaleza – dezembro de 2024
Ecopista – dezembro de 2024
Rio Minho – dezembro de 2024
Rio Minho – dezembro de 2024

Vila Nova da Cerveira

É a terceira vez, repetimos o percurso entre Valença e Vila Nova de Cerveira, desta vez regressando do Caminho de Santiago. A entrada em Portugal ao fim da tarde traz consigo um fulgor de beleza indescritível, com a luz do entardecer a refletir-se no rio Minho, pintando a paisagem com tons quentes que contrastam com o ar gélido do entardecer.

Apesar do frio, a sensação de familiaridade e de reencontro com estas margens já conhecidas faz com que o percurso seja mais do que um simples regresso. É uma viagem marcada por memórias, onde cada curva do caminho evoca histórias das viagens anteriores, num trajeto que nunca deixa de surpreender.

Luz do entardecer de Inverno

Vila Nova de Cerveira é uma vila simpática e acolhedora. Para quem chega de carro e bicicleta, o Hotel Minho Belo é uma excelente opção, porque oferece estacionamento e um espaço seguro para guardar as bicicletas, facilitando a logística para quem pretende, or exemplo, deixar o carro e ir fazer o Caminho de Santiago.

A vila destaca-se pelo jardim e pela área de lazer à beira-rio, um espaço agradável, aprazível e muito bem cuidado. A proximidade à vila sente-se quando começamos a cruzar-nos com muitas pessoas a caminhar ou a correr.

Informação prática

Perdoem o perfeccionismo mas, neste caso, vale a pena classificar nos vários parâmetros de modo a contribuir para a sua melhoria:

  • Segurança – Muito Bom. É uma ciclovia, logo uma via segregada ao transito motorizado.
  • Coerência – Insuficiente. No interior das vilas Monção, Valença e Caminha não há sinais de ligação entre as ciclovias.
    • Em Monção perguntámos onde podíamos encontrar o começo da ciclovia, a tentação é descer ao rio e, caso o tivéssemos feito, estaríamos perdidos. A ciclovia começa junto ao hipermercado à saída da vila, depois de passar a estação do comboio. Não há uma única placa indicativa da existência da ciclovia na vila. 
    • Ainda em Monção e no início da ciclovia, falta uma placa a indicar as distâncias aos lugares a que a dita dá acesso.
    • Chegámos a Valença, idem, acaba abruptamente e nada de sinalização sobre onde começa de novo, isto porque sabíamos de antemão que, pelo menos, até Caminha, existia ciclovia.
    • Antes de chegar a Caminha (a partir de Gouvim) a ciclovia parte-se em pequenos troços descontínuos sem qualquer informação sobre a sua ligação e a solução é fazer os últimos 3 km na berma da estrada N13.
  • Directa – No geral Bom. No inicio, ainda a sair de Monção, as porteiras são tantas e tão estreitas que quebram por completo o andamento, mais, quem levar alforges dificilmente passa porque são inexplicavelmente feitas só para quem anda a pé quando, paradoxalmente, é uma rota dirigida a quem anda de bicicleta. À excepção da perdição no interior das vilas, para quem conheça e use no dia a dia, não tem desvios de monta e permite velocidades operacionais eficientes.
  • Atractividade – Bom. Para fazer de dia é muito bonita (à noite tem troços em que deve ser inóspita por falta de iluminação).
  • Conforto – Excelente. Superfície lisa e antiderrapante, os declives são muito suaves.