O projecto pedagógico da Sociologia do Desporto.

Investigar é inovar é o lema da Sociologia do Desporto.

A aposta da cadeira incide na orientação dos trabalhos de investigação dos alunos para um levantamento etnográfico de desportos ligados a (re)configurações  identitárias de vilas, cidades e mesmo do país, e de figuras emblemáticas – campeões de modalidades várias –  que ajudam a estruturar a narrativa dos feitos desportivos nacionais e que, muitas vezes, dão substância a uma suposta «estrutura sentimental» partilhada pelos portugueses. Os dados provenientes do levantamento etnográfico são cruzados com  dados recolhidos em fontes documentais ligados com o terreno de estudo (biografias, obras de eruditos locais) media, filmes, publicitários, sites, ted-talks, redes sociais.

O ensino da metodologia de investigação é feito a partir das dificuldades sentidas pelos próprios alunos no terreno de investigação e que, ao mesmo tempo, vão tendo nas temáticas de estudo – dadas nas aulas teóricas e reflectidas nas aulas práticas – onde são abordadas as variáveis de estudo, e respectivos indicadores, essenciais à inquirição dos seus próprios objectos de estudo.

Pretende-se que o domínio dos pressupostos teórico metodológicos, usados na disciplina, na análise da realidade se consubstancie em levantamentos etnográficos com alguma sistematização.

Histórico dos projetos

  1. Ciclismo em Portugal – estudos de comparação com França
  2. O Olimpismo em Portugal
  3. Dar a Volta
  4. Desporto e Era Digital – site em construção

Investigar os eSports e exergames relacionados com o ciclismo, bem como as inovações tecnológicas no cicloturismo, é fundamental para compreender a mudança social nesta nova era.

Esports e Exergames ligados com o uso da bicicleta:

  • Transformação da Prática Desportiva: Plataformas como Zwift e MyWhoosh têm digitalizado o ciclismo, permitindo que atletas treinem e compitam em ambientes virtuais. Eventos como os Campeonatos Mundiais de Ciclismo Esports da UCI evidenciam a crescente importância desta modalidade.
  • Acessibilidade e Inclusão: O ciclismo virtual questiona a igualdade de acesso ao desporto, porque apesar de possibilitar que indivíduos de diferentes contextos participem em competições globais sem sair de casa, a tecnologia envolvida só é acessível a uma elite de atletas logo compromete a diversidade na prática competitiva.
  • Novas Dinâmicas Sociais: Estudar as comunidades formadas em torno do ciclismo virtual oferece insights sobre novas formas de socialização e construção de identidade no espaço digital, onde a interação entre atletas profissionais e amadores cria estruturas sociais e culturais inéditas.

Cicloturismo e Inovações Tecnológicas:

  • Evolução da Mobilidade Sustentável: Desde a sua invenção no século XIX, a bicicleta tem sido um meio de transporte acessível e sustentável. A sua evolução resultou em modelos como as bicicletas de montanha e dobráveis, adaptando-se a diversas necessidades e contribuindo para a mobilidade urbana e rural.
  • Avanços Tecnológicos: Inovações como sistemas de transmissão eletrónica, luzes LED avançadas e travões de disco aumentam a segurança e o conforto dos ciclistas. As bicicletas elétricas, em particular, promovem a inclusão de indivíduos mais velhos ou com menor condição física, permitindo-lhes enfrentar percursos desafiadores e participar ativamente em viagens de cicloturismo.
  • Ferramentas Digitais no Planeamento de Rotas: Aplicações como o Komoot oferecem mapas detalhados e informações topográficas, facilitando o planeamento e a navegação em áreas com cobertura de rede limitada, melhorando a experiência dos cicloturistas.

A investigação sobre os usos da bicicleta em diferentes geografias, tanto no mundo real quanto no virtual, é essencial para compreender as dinâmicas culturais, sociais e ambientais que influenciam a mobilidade sustentável e a prática desportiva, permitindo o desenvolvimento de políticas e tecnologias adaptadas às necessidades específicas de cada contexto.

Compreender a relação entre o ciclismo real e o virtual é fundamental para analisar como é que as práticas digitais influenciam os comportamentos e as práticas de ciclismo no mundo físico, para além de identificar oportunidades de promoção da mobilidade sustentável e da inclusão através de tecnologias emergentes.
Será uma tendência emergente no cicloturismo a combinação de experiências físicas com plataformas virtuais, permitindo que ciclistas explorem novos territórios digitalmente antes de os percorrerem no mundo real e vice-versa? Outra ainda tem a ver com a Realidade Aumentada, poder aceder a conteúdos culturais sobre as rotas que percorremos, como na experiência do jogo virtual Pokémon Go.