Partindo de Meruge, uma aldeia perto de Oliveira do Hospital, iniciei o trajeto em direção a Sandomil. O percurso sinuoso de sobe e desce com pouco transito. Ao chegar a Sandomil, a praia fluvial do rio Alva domina e a paragem para fotografar o espelho de água é inevitável.

Sandomil

A Ponte de Sandomil, frequentemente referida como Ponte Romana, é uma antiga ponte de pedra que atravessa o rio Alva. Embora a tradição local a designe como “romana”, há escritos que sugerem que a ponte possui fundações medievais, possivelmente edificada sobre uma construção romana anterior, reutilizando materiais dessa época.

Partindo de Sandomil, pedalando ao longo da margem do rio Alva, a beleza serena da paisagem ribeirinha apazigua a alma. A brisa fresca e o som constante das águas acompanhavam-me enquanto avanço por pequenas aldeias, praticamente sem avistar pessoas. Rápido se fazem os 6 km que separam Sandomil das Caldas de São Paulo, onde a praia fluvial convida aa mais uma sessão fotográfica. O casario ao longo da estrada é menos atraente do que a beleza do rio.

Caldas de S. Paulo

O rio Alva, ao longo do seu percurso, tem sido um elemento central no desenvolvimento de várias localidades que se destacam pela sua beleza e património histórico. Uma das povoações mais conhecidas é Avô.

Avô

Avô destaca-se pelo seu conjunto arquitetónico de invulgar beleza. No ponto mais alto da vila, encontram-se as ruínas do Castelo de Avô, cuja construção é atribuída ao reinado de D. Afonso Henriques. Embora atualmente restem apenas vestígios das muralhas e o arco de entrada, o local proporciona vistas panorâmicas sobre a região. A confluência dos rios Alva e Moura forma uma extensa piscina natural, criando a Praia Fluvial de Avô. Aqui, sim, circulam pessoas nomeadamente no comércio junto à ponte. Sigo sem pressa e só páro para tirar mais umas fotos.

Vila Cova do Alva

O tempo “embrulha-se” com a ameaça de chuva, apesar de estar um tempo quente. Vila Cova de Alva tem uma igreja altaneia que se vê de todas as curvas da estrada. O trânsito é reduzido e há respeito por quem, como eu, se desloca de bicicleta.

Conhecida como a “Princesa do Alva”, Côja já pertence ao concelho de Arganil, possui um rico património histórico e cultural. A sua localização privilegiada no vale atravessado pelo rio Alva torna-a um ponto de partida ideal para explorar a região envolvente.Aqui o turismo já se faz notar.

Côja

Para quem gosta de fotografia, não faltam angulos para explorar o enorme espelho de água.

O trajeto à beira do Alva vale bem a pena e apesar de ser realizado por estrada faz-se bem, sem perigo, sem se sentir insegurança. O Alva é um afluente do rio Mondego e nele desagua na localidade de Porto da Raiva, próximo de Penacova. A partir daqui o percurso da viagem afasta-se de ambos os rios para seguir direto para Vila Nova de Poiares e, depois, com alguma pressa para apanhar o comboio no sentido de Coimbra pela estrada de maior tráfego que não aconselho a nenhum ciclista.

Coimbra

A entrada em Coimbra tem mesmo “mais encanto” com este corredor de plátanos até ao centro da cidade. No interior da cidade até à estação, sente-se que nada está preparado para o uso da bicicleta como meio de transporte. Aqui, sim, dá para apanhar o comboio o Inter-cidades para Lisboa.